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O Novo México parece não ter fronteiras

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O Novo México parece um imenso território sem limites. A Terra do Encantamento descende diretamente do Céu. Outros lugares na Route 66 constituem-se de rios, montanhas e planícies. Muitos estados nasceram da vontade de ferro de homens que defenderam suas fronteiras com determinação. Mas o Novo México parece não ter portas na sua história, nem telhados na sua existência.

A maior ligação do seu povo, dizem os compêndios, é com a terra e com o céu. As fronteiras, naqueles 314.342km², são formadas pelo encontro de ambos. Em 1849, o capitão Randolph Marcy fez um relatório sobre uma região do Novo México conhecida como Llano Estacado, chamando-o de “o grande Saara da América do Norte (…) ilimitado quanto o oceano. Nem mesmo os selvagens se atrevem a atravessá-lo, a não ser em dois ou três pontos, onde sabem que podem encontrar água”. A princípio, portanto, pareceu-lhe uma terra agressiva, que não desejava a presença do homem. Marcy fora encarregado de uma expedição à Califórnia, no tempo da Corrida do Ouro. Seu objetivo era reconhecer o terreno entre o Arkansas e Santa Fé, para a implantação de uma estrada nacional.

Era dia quando entrei no Novo México e logo percebi que a cor do céu mudara. O azul cobalto acentuado surpreendeu-me, assim como as nuvens de chuvas passageiras, tão próximas que parecia possível tocá-las. Como num desenho animado, era como se elas caminhassem em cima de mim. Fosse pelo brilho do sol ou pela proximidade da chuva, naqueles vales infindáveis, eu tinha a sensação de ser o centro da cena. Descobri, assim, que é fácil ficar envolvido por uma terra em que sol, céu, terra e água se encontram de forma tão peculiar. Parece que ali a única exigência feita ao turista é que se permita ficar encantado.

Este território foi ocupado desde cedo e por muitos séculos pelos índios, ou, usando o termo atual politicamente correto, americanos nativos. Os exploradores espanhóis, que lá chegaram no século XVI, chamavam suas aldeias de “pueblos indígenas”, uma vez que sua organização social não diferia muito daquela dos pueblos ou vilas espanholas. Os apaches e navajos eram seminômades. Estes últimos adotaram muito do modo de vida dos pueblos, embora com estrutura social menos sólida e mais individualista, enquanto os apaches permaneceram nômades.

Os 19 grupos indígenas ali existentes têm diversos pontos de contato entre suas culturas, apesar de falarem pelo menos seis dialetos diferentes. As aldeias são lugares obrigatórios para quem passa pelo Novo México, principalmente quando estão celebrando alguma festa, que costuma incluir rituais e danças. Alguns pueblos ignoram os turistas, enquanto outros tentam conciliar as tradições indígenas com os beneficies trazidos pela cultura dos brancos, especialmente os viajantes. Mas a máquina fotográfica é um artefato com o qual é preciso ter cuidado. Não é todo lugar ou toda pessoa que pode ou quer ser fotografada.

Assim que Cristóvão Colombo descobriu a América, os espanhóis começaram a explorar a terra. O território foi visto pela primeira vez em 1539, pelo frei Marcos de Niza, como uma “vila” indígena dos hawlkuh, perto de onde fica hoje a cidade de Gallup, no Novo México. O frei voltou à Espanha com histórias delirantes de localidades cheias de ouro, que deixaram o vice-rei tão impressionado, que no ano seguinte Niza foi nomeado guia da expedição comandada por Francisco Coronado. Este retornou à Metrópole dois anos mais tarde praticamente falido, sem ter encontrado nem ouro nem qualquer outra coisa de valor.

Os primeiros sinais de colonização foram dados por Don Juan de Oñate em 1598. Em 1609, Pedro de Peralta fundou a cidade de Santa Fé, a mais antiga dos EUA. Os povoados pipocaram ao longo do Rio Grande até 1690, quando os pueblos indígenas, com o auxílio dos apaches, expulsaram todos os europeus daquele território, no que ficou conhecido como Revolta dos Pueblos.

Em 1810, Napoleão Bonaparte conquistou a Espanha e 11 anos depois o México tornou-se uma nação independente. No ano seguinte, William Becknell levou para a região os primeiros vagões sem trilhos e começou o que posteriormente viria a ser chamado de Santa Fe Trail. Após a guerra com o México, em 1848, o Novo México passou a ser território americano, como resultado do Tratado de Guadalupe Hidalgo, assinado pelos dois Congressos naquele ano.

A Guerra do México, entre 1845 e 1848, é considerada pelos historiadores como uma das campanhas militares mais desastrosas para o exército americano, ainda que o conflito tenha resultado em vitória para os EUA. O México tinha um governo instável, pouco mais de duas décadas depois de se tornar independente da Espanha. Nas disputas internas, a questão do Texas transformou-se em bandeira. Mesmo com aquele território tendo proclamado a sua independência, os mexicanos consideravam que os EUA declararem a anexação seria uma atitude provocadora. O ato realmente foi aprovado pelo Congresso americano em 1845. Até então, vinha sendo negado, não em função das ameaças diplomáticas mexicanas, mas porque os antiescravagistas temiam que dali fossem nascer vários estados onde o trabalho escravo seria permitido.

Por essa razão, houve resistência dentro dos EUA à política do presidente James Polk de garantir a entrada do Texas na federação. Pelo menos, a justificativa oficial era impedir o avanço da Inglaterra sobre o Texas. Na época, boa parte da política externa americana estava voltada para frear os avanços britânicos na região. O México entendeu o envio de tropas para a fronteira do Texas como provocação e iniciou um conflito que teve 17 meses de efetivas batalhas.

Os EUA arregimentaram muitos voluntários que apoiavam o conflito, fazendo com que o exército pulasse dos regulares seis mil homens para 115 mil. Ao final, através do já referido Tratado de Guadalupe Hidalgo, os EUA confirmaram a soberania sobre o Texas e ainda ficaram com o Novo México e a Califórnia, o que anexou 3,1 milhões de quilômetros quadrados ao território americano. Em troca, o México recebeu US$ 15 milhões como indenização.  Finalmente, em 1912, a Novo México foi admitido na federação americana com o status de estado. A capital desde então foi Santa Fé.

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