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O Muro das Lamentações na minha jornada espiritual

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— Aonde estamos indo?

— Ao muro das Lamentações.

Arregalou os olhos diante do meu ar decidido. Cortando caminho por dentro da Cidade Velha, em dez minutos estávamos lá. O comércio funcionava a toda. Como era sábado, o dia de descanso judeu, a visita ao muro foi uma experiência incrível, pois estava completamente lotado. Conforme nos aproximávamos, um homem nos avisou que era proibido fotografar ou filmar. Embora quiséssemos tocar no muro, tivemos de observar o ritual religioso à distância, separados por uma grade. Meu colega, com o olhar perdido, soltou de repente um misto de pergunta e afirmação.

— Você sabe quem foi o grande rei Davi, naturalmente…

— Os investigadores começaram a especular ao examinarem os termos de textos antigos. Registraram a presença constante da palavra dâvìdum, que significa “comandante”, “chefe de tropas”, referindo-se, portanto, a um título. Este teria, então, sido confundido com um nome próprio, transformando-se em Davi, exatamente ao contrário do que ocorreu com César, que de nome próprio virou título, dele derivando mais tarde kaiser e czar. E, assim, Davi permaneceu como um nome próprio até hoje.

— Gustavo, vamos até perto do muro?

— Acho que não pode — disse, resignado.

— Por quê?

— Não sei. Parece que tudo é proibido aqui, a não ser olhar de longe.

— Então me siga e faça cara de mau.

Fomos até uma entrada onde havia dois homens de guarda. Passei direto.

— Ei, você! — interpelou-me um deles.

Fiz um gesto de quem não entendeu.

— Eu?

— É. Venha cá. Esqueceu-se de colocar o kippar.

Pedi-lhe que me arrumasse um e ele me atendeu, resolvendo o meu “esquecimento”. Como Gustavo estava de boné, não teve problemas. Enfim, fomos até o muro e rezamos. Fiquei profundamente emocionado, ao recordar quantos eventos históricos de triste memória ele presenciara. É tradição pôr entre as fendas de pedra pequenos bilhetes onde se escrevem votos e orações.

Como já trazia um pedaço de papel com um breve texto pronto no bolso, dei um jeito de deixá-lo lá, muito discretamente. À esquerda, vi o arco de Wilson; sob sua estrutura medieval, ficava o arco originário da época de Herodes. Além dele, havia um local onde se aglomeravam os judeus ortodoxos. Aproximamo-nos deles, para melhor observá-los. Todos repetiam o mesmo movimento, com o corpo se movendo ritmadamente para a frente e para trás, a cabeça pendendo para cima e para baixo, as mãos segurando um exemplar do Torá e os olhos fixos nos textos sagrados. Das bocas saíam preces em tom amargurado, como se fossem lamentos.

Constatei que às mulheres era reservado um espaço menor do que o dos homens. De qualquer maneira, não pude evitar as lágrimas, pois tamanha demonstração coletiva de fé extrapola a crença pessoal e mexe com os sentimentos e os sentidos. Retornamos para a grade que detém os turistas e ficamos ali por uns instantes, até descontrairmos um pouquinho. Já refeito da emoção, me veio uma ideia.

Fomos até o portão Moghrabi, que era verde e ficava à direita do muro das Lamentações. Essa era a entrada lateral para o território sagrado dos muçulmanos, nessa Jerusalém de tantos povos e religiões distintas, convivendo em um espaço físico pequeno e, às vezes, tão turbulento. Portanto, assim que cruzamos o portão, eis-nos diante da mesquita de El Aqsa, que significa “a mais longe”, porque, segundo a tradição islâmica, seria o lugar mais remoto ao qual chegou o profeta Maomé.

O interior era grandioso, com sete naves de noventa metros de comprimento por sessenta de largura. O teto descansava sobre pilares e arcos ricamente decorados, e o piso cobria-se de tapetes de valor incalculável. Na saída, passamos pela fonte El Kas, onde os fiéis lavavam os pés, as mãos e a cabeça antes de orar.

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