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Albuquerque é a cidade mais agitada do Novo México

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De Santa Fé, peguei carona e acabei em Albuquerque, a cidade maior e mais agitada do Novo México, com seus quase trezentos mil habitantes. Foi fundada em 1706, pelo espanhol dom Francisco Cuervo y Valdez, na Chihuahua Trail, extensão da Santa Fe Trail, no sentido do México. Pode ser considerada a síntese da diversidade do estado. É, ao mesmo tempo, antiga e contemporânea, uma mescla da natureza com o concreto das construções, uma “fronteira” entre o mundo do Velho Oeste e uma cidade cosmopolita. Misturam-se ali, como num grande liquidificador, culturas, culinárias, pessoas, estilos, histórias muito diversas.

Embora os EUA tenham proclamado a posse sobre essa terra, somente depois da Guerra de Secessão os americanos tiveram interesse direto em dominá-la. Foi a chegada da estrada de ferro na década de 1880 que mudou o perfil local, com a vinda de muitos saxões. Desde a sua fundação até a década de 1940, Albuquerque cresceu lentamente. Mas as pesquisas nucleares trouxeram finalmente o desenvolvimento econômico.

De 1940 para cá, a população cresceu dez vezes em relação aos primeiros 234 anos. A cidade expandiu-se às margens do rio Grande, antigamente chamado de rio Bravo del Norte, e entre as Sandia Mountains das reservas indígenas e a Kirtland Air Force Base. Seu primeiro nome, San Francisco de Alburquerque, era uma dupla homenagem: ao padroeiro do povoado, São Francisco Xavier, e ao duque de Alburquerque (é isso mesmo: Alburquerque, com um r a mais), vice-rei da Espanha na época.

Como a homenagem não havia sido comunicada, como de praxe, ao soberano espanhol de então, o rei Felipe V, e para evitar quaisquer constrangimentos, o vice-rei mandou rebatizar o lugar de San Felipe de Alburquerque, que passou a ser popularmente chamada de Duke City, a cidade do duque. Com o tempo, por alguma razão misteriosa, o r excedente do sobrenome ilustre desapareceu, talvez por alguma conspiração divina a favor da boa sonoridade. Já era Albuquerque quando a Santa Fe Trail alcançou a cidade em 1881.

Em Albuquerque, a Route 66 é a Central Avenue, que nos leva de volta aos anos dourados da estrada. O primeiro ponto é o 66 Diner, um prédio branco, com janelas generosas. Embora tenha sido inaugurado no final da década de 1980, o restaurante reproduz a decoração dos muitos 66 Diners originais que existem ao longo da Route. As paredes estão cobertas de fotografias e tecidos pintados com motivos inspirados nos principais marcos da Route 66. As juke boxes, é claro, só tocam músicas da época. Na hora do almoço, é grande o movimento de executivos, de estudantes da Universidade do Novo México, que fica logo ao lado, e de turistas ávidos por um bolo de carne ou um bife de fígado acebolado.

Tanta nostalgia é perfeitamente compreensível num negócio entravado na rua pela qual passa a legendária estrada e muito próximo da Associação da Route 66 no Novo México. O objetivo é preservar a memória da rodovia que deixou de ser federal, mas nunca abandonou aqueles que nela acreditaram. Nas imediações do 66 Diner, fica ainda um autêntico posto Phillips 66, em operação desde os anos 40. Na mesma avenida, perto da Old Town Placa e a uma pequena distância da ponte sobre o rio Grande, fica o El Vado Motel, fundado em 1937 e construído por Dan Murphy. Dizem que este é o motel mais característico da Route 66 na cidade. O neon que indica o seu nome tem a cabeça de um índio rodeada por um frondoso cocar.

Do outro lado da rua, fica o Casa Grande Restaurant, antes parte de um complexo de serviços da Route 66 que incluía um hotel, um bar e um posto de gasolina. O café da manhã é servido sem horário delimitado e faz a alegria dos clientes habituais, que se deliciam com os “ovos rancheiros”, os omeletes de chili, os ovos com lingüiça polonesa, os waffles e as panquecas com cobertura de maple (borde).

Outras opções para hospedagem, ou simplesmente para uma visita à história deste tipo de negócio nascido na Route 66, são os motéis Loma Verde, La Mesa, Rose Villa, La Puerta, Tewa Lodge, Lazy H, El Cid, Trade Winds, Zia, Anza Motel, Royal Motor Inn, Aztec Motel e o Route 66 Hostel. A Central Avenue oferece, ainda, uma coleção de prédios no estilo art déco com alguma influência dos pueblos, como o próprio Aztec Motel, o Lobo Theater, e os edifícios Sunshine e Rosenwald. Mas, impressionado mesmo eu fiquei ao ser apresentado à mais antiga e melhor restauração da cidade, o KiMo Theater, originalmente construído pelos Boller Brothers, um grupo de projetistas de teatros famoso no Sudoeste. O estilo é conhecido no local como hi-ho rococo, por sua ligeira inspiração no correspondente francês, que foi imortalizado em milhares de igrejas ao redor do mundo. O KiMo funciona como uma espécie de janela para o espírito da época em que a Route 66 dominava o cenário, desde Chicago até Los Angeles.

Albuquerque desempenhou um papel importante na mudança do traçado da estrada mãe no Novo México, nos anos 30. O trajeto original, que eu percorri, levava até Santa Fé. Mas, desde que começou a ser construída, a cidade esperava que ela seguisse numa linha “mais reta”. Por influência do governador Clyde Tingley, amigo pessoal do presidente Franklin Delano Roosevelt, o Novo México conseguiu financiamento para diversas obras dentro de um programa do governo federal conhecido historicamente como New Deal, ou Novo Pacto, implantado por Roosevelt entre 1933 e 1939. O objetivo era recuperar e reformar os entraves econômicos criados pela Depressão dos anos 30. Ao aceitar a nomeação para a candidatura em 1932, pelo Partido Democrata, Roosevelt disse: “Eu peço a vocês, e a mim mesmo, um novo pacto social para o povo americano.”

Desse modo, o New Deal foi a maior ação intervencionista federal na economia para estimular o crescimento industrial, amparar as vítimas da Depressão, garantir um padrão de vida mínimo e evitar crises econômicas de igual porte no futuro. Na primeira fase, visava basicamente o auxílio aos desesperados e pauperizados pela Depressão. A partir de 1935, no período comumente chamado de novo New Deal, foi dada ênfase às reformas, sobretudo a um plano de obras com amparo federal com o objetivo de criar empregos. Uma destas obras foi a mudança do trajeto da Route 66, através da extensão Santa Rosa—Albuquerque.

Cidade na Route 66 no estado do Novo México

Albuquerque

Cidade na Route 66 no estado do Novo México

Albuquerque

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Argentina | Bolívia | Chile | Curaçao | Estados Unidos | Peru | Uruguai

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