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A cidade fantasma de Texola

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Depois de passar por dentro de Sayre, segui em direção a Erick, lugarejo com apenas três mil habitantes, fundado em 1902. Lá, houve uma época em que o excesso de velocidade era tratado como um assunto sério. A bordo de um Ford preto modelo 1938, carro considerado então bastante rápido, o oficial Elmer poderia alcançar quem bem entendesse e estivesse exagerando na pressão no acelerador.

Nem mesmo figuras famosas como o comediante Bob Hope escaparam das multas. No seu programa de rádio, Hope chegou a afirmar que só voltaria a passar por Erick montado no lombo de um burro. A eficiência de Elmer tornou-se um fardo e os negócios com turismo caíram muito. Foi necessário que ele saísse de cena, pelo menos oficialmente. Muitos dizem que ainda hoje é possível ver um velho Ford preto V-8 aparecer de repente no retrovisor. Talvez seja apenas uma espécie de aviso do guarda rodoviário fantasma, uma das lendas da Route 66.

Finalmente, cheguei a Texola, perto da divisa com o Texas e a menos de dois quilômetros da Interstate 40. A população oficial é de dez habitantes, mas, no tempo em que permaneci lá, vi apenas três pessoas. Há um monte de prédios abandonados e não é difícil se sentir numa, cidade fantasma, daquelas que surgiam e desapareciam no tempo do Velho Oeste. A cadeia, construída em 1910, é um dos pontos mais fotografados, devido à precariedade da construção, que revela como era a justiça por ali na época. Mesmo vazio hoje, o lugarejo teve pontos tradicionais como o Longhorn Trading Post, erguido em 1930, um dos primeiros restaurantes da Route 66.

Ainda que tenha sobrado mais capim do que cidade, uma placa orgulhosamente exalta: “Não existe lugar como Texola.” Talvez eles tenham razão. No entanto, conheci uma história deliciosa sobre essa pequena localidade, através de Michael Wallis. Quando a Route 66 ainda era ativa, ela era passagem obrigatória de muitos viajantes, sobretudo motoristas de caminhão. Certo dia, Texola, que nunca chegou a ser agitada, amanheceu com uma das suas principais placas indicativas, que ficava voltada para a estrada, apresentando uma pequena alteração: no lugar do “T”, lá estava um “S”, transformando-a em “Sexola”.

Dentro de poucas horas, o movimento local aumentara vertiginosamente e havia pessoas pagando para obter a informação sobre onde ficava aquela casa, “Sexola”. O autor da brincadeira nunca foi descoberto. Mas, sem dúvida, aquela foi a ocasião em que a cidadezinha mais recebeu visitantes num curto espaço de tempo. A placa não existe mais. Em seu lugar, há apenas uma fundação. Entretanto, não é difícil imaginar o quão convidativo o sinal parecera para aqueles caminhoneiros, longe de casa há muitos dias, sozinhos…

O vento soprava, jogando poeira nas ruas desertas. O sol brilhava, apesar da temperatura relativamente baixa. Eu estava bastante cansado, mas aquela região desolada, na divisa com o Texas, voltava a me mostrar o quanto a natureza é maior do que o homem. Há mais de um mês na estrada, passando por tantos lugares e vendo mundos diferentes, a placa de “Bem-vindo ao Texas”, poucos quilômetros depois de Texola, fez-me sentir um pouco como os okies* do tempo do Dust Bowl.

Com a roupa cheia de poeira, rumo à Califórnia, era como se eu fosse um personagem de Steinbeck. Naquele momento, deixava para trás Oklahoma, o estado onde nasceu a Route 66, onde é possível encontrá-la quase intacta por longos trechos. Ali pude perceber o verdadeiro sentido da estrada mãe, tantas eram as cidades que vivem ainda à custa dos negócios proporcionados por ela. Outras, infelizmente, não resistiram ao seu desativamento e esvaziaram-se muito, quando não totalmente. Mas ali estava ela, a gloriosa Route 66, na lembrança viva das pessoas que ajudaram a pavimentá-la e a torná-la uma das mais conhecidas rodovias em todo o mundo.

Cidade na Route 66 do estado de Oklahoma

Texola

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